
Novembro traz uma das ações mais importantes na área da saúde, a de conscientização sobre o câncer de próstata. Representada pela cor azul, a campanha alerta sobre a saúde do homem. Sendo o segundo tipo mais comum entre eles no Brasil, a doença fica atrás somente do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país deve registrar cerca de 71.730 novos casos da doença por ano entre o triênio 2023-2025 (INCA, 2023).
A próstata é uma glândula pequena, localizada abaixo da bexiga, responsável pela produção de parte do sêmen. Quando células dessa região crescem de forma descontrolada, forma-se o tumor. O problema é que, nas fases iniciais, o câncer de próstata costuma ser silencioso, sem apresentar sintomas — o que reforça a importância do diagnóstico precoce.
Atualmente, o maior desafio é incentivar o acompanhamento médico regular. Estudos clássicos mostram que o rastreamento reduz a mortalidade em até 20%. Quando os sintomas aparecem, geralmente a doença já está em estágio avançado.
Quem corre mais risco
O envelhecimento é o principal fator de risco, mas não o único. Homens com histórico familiar de câncer de próstata, negros e portadores de mutações genéticas — como nos genes BRCA2, ATM e HOXB13 — devem redobrar a atenção. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que o rastreamento comece aos 50 anos e, para aqueles em grupos de risco, a partir dos 45 (SBU, 2024).
Diagnóstico precoce: o que envolve o rastreamento
O rastreamento do câncer de próstata é simples e envolve dois exames complementares:
PSA (Antígeno Prostático Específico): exame de sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata.
Toque retal: exame físico rápido, que ajuda o médico a avaliar o tamanho e a textura da glândula.
Apesar do receio e dos mitos culturais em torno do toque, o exame dura poucos segundos e pode salvar vidas. Quando detectado precocemente, o câncer de próstata tem índice de cura de até 90% (INCA, 2023).
Tratamento – a evolução da medicina a favor da qualidade de vida do homem
Entre os principais tratamentos, está a vigilância ativa para tumores de baixo risco, cirurgia de prostatectomia radical, que remove toda a glândula prostática, radioterapia moderna e terapias sistêmicas como hormonais e imunoterápicas nos casos avançados.
A cirurgia robótica é atualmente o padrão mais elevado e seguro para casos cirúrgicos. Com o sistema robótico da Vinci, utilizado no Hospital São Lucas, o método amplia a visão em 3D, permite movimentos precisos e reduz sangramento, dor e tempo de recuperação. Estudos de centros de referência demonstram melhores resultados funcionais como preservação urinária e sexual e margens cirúrgicas mais seguras quando comparadas à cirurgia aberta ou laparoscópica tradicional.
Estilo de vida também importa
Prevenção vai além dos exames. Estudos mostram que fatores metabólicos e inflamatórios influenciam diretamente o risco da doença. Por isso, recomenda-se:
– Manter o peso corporal equilibrado;
– Praticar atividade física regular;
– Ter alimentação saudável (com frutas, verduras e menos gordura saturada);
– Evitar o tabagismo e o excesso de álcool;
– Controlar o estresse e garantir boas noites de sono.
Essas atitudes ajudam não apenas a reduzir o risco de câncer de próstata, mas também a melhorar a qualidade de vida como um todo. Superar o medo, buscar informação e manter o acompanhamento médico são atitudes simples que fazem toda a diferença.
- Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estimativas de Incidência de Câncer no Brasil 2023–2025. Brasília: INCA, 2023.
- Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Diretrizes de Rastreamento e Diagnóstico do Câncer de Próstata. 2024.
- Bovo, T. Entrevista ao Grupo São Lucas de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, 2025.
- Hospital Care / Grupo São Lucas. Cirurgia Robótica da Vinci: Resultados e Benefícios Clínicos. 2025.