O câncer de pele é o tipo mais comum de câncer no Brasil e no mundo. Com tanta informação circulando nas redes sociais, como saber o que é verdade e o que é mito? Preparamos este especial com 10 afirmações comuns sobre câncer de pele — descubra quais são FATO e quais são FAKE.

1. Protetor solar protege contra o câncer de pele?
FATO
Estudos científicos de alta qualidade demonstram que o uso regular de protetor solar reduz a incidência de melanoma em 50%, além de diminuir significativamente o risco de outros tipos de câncer de pele. Um estudo australiano com 1621 adultos, acompanhados por mais de uma década, encontrou 40% menor incidência de carcinomas espinocelulares entre participantes que usaram protetor solar diariamente¹.
2. Camas de bronzeamento artificial são mais seguras que o sol natural?
FAKE
Na verdade, é exatamente o contrário. A radiação UV produzida durante o bronzeamento artificial é similar à do sol e pode chegar a até 15 vezes mais forte que a exposição solar ao meio-dia no verão. Usar camas de bronzeamento antes dos 20 anos aumenta em até 47% o risco de melanoma, e esse risco cresce a cada uso².
3. Pessoas de pele negra não precisam usar protetor solar?
FAKE
Uma concepção errônea é acreditar que pessoas com pele escura não precisam de proteção contra os raios ultravioleta. Embora apresentem menor risco de melanoma associado ao sol, ainda podem desenvolver câncer de pele, especialmente em regiões como palmas das mãos, plantas dos pés e sob as unhas. O uso diário de protetor solar é recomendado para todos os tons de pele³.
4. A deficiência de vitamina D está associada a pior prognóstico no melanoma?
FATO
Pacientes com melanoma apresentam níveis médios de vitamina D significativamente mais baixos em comparação a controles saudáveis. A deficiência (≤20 ng/mL) está ligada a maior incidência e pior prognóstico de vários tipos de câncer, incluindo melanoma. Estudos apontam que baixos níveis de vitamina D aumentam o risco de tumores ulcerados⁴.
5. É possível obter vitamina D suficiente através do bronzeamento artificial?
FAKE
As lâmpadas usadas em camas de bronzeamento emitem principalmente luz UVA, mas o corpo humano precisa de UVB para produzir vitamina D. Além disso, os riscos da exposição à radiação ultravioleta — incluindo câncer de pele e envelhecimento precoce — superam qualquer possível benefício. A recomendação é obter vitamina D por meio da alimentação e suplementação segura⁵.
6. Nuvens protegem contra os raios UV causadores de câncer?
FAKE
É um mito acreditar que o céu nublado oferece proteção eficaz. Os raios ultravioleta conseguem atravessar a cobertura de nuvens e continuam a causar danos à pele, aumentando o risco de melanoma e outros cânceres de pele. Mesmo em dias nublados, o uso de protetor solar é essencial⁶.
7. Uma única sessão de bronzeamento não faz mal?
FAKE
O dano à pele começa já no primeiro bronzeamento. Cada exposição acumula mutações genéticas que aumentam o risco de câncer de pele. Pessoas que usaram dispositivos de bronzeamento 10 vezes ou mais têm risco 34% maior de desenvolver melanoma em comparação a quem nunca utilizou⁷.
8. O melanoma é mais perigoso em pessoas jovens?
FATO
Mulheres que começaram o bronzeamento artificial antes dos 30 anos foram diagnosticadas, em média, 2,2 anos mais cedo do que aquelas que nunca usaram. Além disso, mulheres com menos de 30 anos têm seis vezes mais chances de desenvolver melanoma quando recorrem a câmaras de bronzeamento, mostrando os riscos intensificados da exposição UV precoce⁸.
9. O bronzeamento artificial pode causar vício?
FATO
A exposição frequente e intencional à luz UV pode levar à dependência comportamental. Pesquisas indicam que mais de 20% das mulheres brancas entre 18 e 30 anos que se bronzeiam em ambientes fechados apresentam sinais de vício. Alguns usuários relatam até sintomas de abstinência quando interrompem a prática⁹.
10. Ter um “bronzeado base” protege contra queimaduras solares?
FAKE
O chamado “bronzeado base” é um mito. Ele não protege contra queimaduras solares e expõe a pele a mais radiação ultravioleta. Essa prática equivale a uma proteção de FPS 3 a 4, totalmente insuficiente para prevenir danos cutâneos¹⁰.
Prevenção é a melhor estratégia contra o câncer de pele
A ciência é clara: a exposição excessiva à radiação UV, seja solar ou artificial, é o principal fator de risco evitável para o câncer de pele. A prevenção, com uso adequado de protetor solar, roupas de proteção, exames regulares e evitando o bronzeamento artificial, é a forma mais eficaz de reduzir o risco de melanoma e outros tumores cutâneos.
Este conteúdo foi desenvolvido com base em evidências científicas atualizadas. Para mais informações sobre prevenção do câncer de pele, consulte seu dermatologista.
Referências
- Canadian Medical Association Journal, 2020 – “The efficacy and safety of sunscreen use for the prevention of skin cancer”
- Journal of Clinical Oncology, 2012 – “Use of Tanning Beds and Incidence of Skin Cancer”
- JAMA Dermatology, 2021 – “UV Exposure and the Risk of Cutaneous Melanoma in Skin of Color: A Systematic Review”
- Anticancer Research, 2025 – “Malignant Melanoma: Vitamin D Status as a Risk and Prognostic Factor – Meta-analyses and Systematic Review”
- The Skin Cancer Foundation, 2021 – “Vitamin D and Skin Cancer Prevention Guidelines”
- Cancer Research Institute, 2024 – “UV Safety Awareness Month: Melanoma Prevention Guidelines”
- American Journal of Epidemiology, 2017 – “Indoor Tanning and Melanoma Risk: Long-Term Evidence From a Prospective Cohort Study”
- American Journal of Epidemiology, 2017 – “Indoor Tanning and Melanoma Risk in Young Adults”
- Journal of the American Academy of Dermatology, 2015 – “Tanning addiction and behavioral patterns”
- The Skin Cancer Foundation, 2024 – “Tanning Myths and Facts”